Nascido Fernando Luís Mattos da Matta em 3 de janeiro de 1963, no Rio de Janeiro, o DJ Marlboro é amplamente reconhecido como o criador do
funk carioca — ritmo que nasceu da fusão entre o hip‑hop, electro e elementos da música brasileira, reinterpretados em português durante bailes na zona sul do Rio
Marlboro começou sua carreira como DJ em 1977 em festas hi‑fi, profissionalizando‑se em 1980 e, em 1989, venceu o primeiro Campeonato Brasileiro de DJs promovido pela DMC,
da Inglaterra. Ainda em 1989, lançou o pioneiro LP “Funk Brasil” pela Polydor, concentrando versões de hits americanos com letras em português — marco inicial do gênero
🎧 O LP histórico e a nacionalização do funk
O álbum “Funk Brasil” vendeu mais de 250 mil cópias, popularizando faixas como “Melô da
Mulher Feia” e “Rap do Bêbado”, que transformaram melodias estrangeiras em hinos da cultura carioca Marlboro relembra que o
segredo da fórmula foi combinar batidas pesadas com letras melódicas e irreverentes, que atraíam a classe trabalhadora brasileira
🌉 Ponte Rio‑SP e internacionalização
Nos anos 1990, Marlboro organizou o “Ponte do Funk”, levando DJs e MCs cariocas para São Paulo — e vice‑versa —, derrubando barreiras regionais Esse
movimento impulsionou o funk no Sudeste e foi reconhecido publicamente por Gilberto Gil em 2003
Com sua gravadora Link Records, lançou coletâneas como Proibidão Liberado, Funk Melody e Favela on Blast
🌍 Carreira internacional e presença em festivais
DJ Marlboro foi um dos primeiros DJs brasileiros a se apresentar no exterior. Em 2003, liderou um show no Central Park (SummerStage) em Nova York — o primeiro DJ
convidado para o evento Também se apresentou no festival Sónar (Espanha), Brasil 40 Degrees (Londres), Tim Festival (Rio), e tocou em países
como Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha, Japão, Holanda, Colômbia e Croácia
📻 Bailes cariocas, rádio e mídia
Desde 2002, Marlboro é apresentador do programa Big Mix, transmitido pela rádio FM O Dia,
com média de 400 mil ouvintes por minuto. Ele também conduz colunas semanais em jornais como O Dia e Meia Hora, além de editar revista mensal sobre funk
Mantém bailes populares no Rio, reunindo milhares nas comunidades, e destacou-se ao participar de programas como o da Xuxa, filmes e documentários, incluindo Sou Feia Mas Tô na Moda
🎶 Legado e reflexões culturais dj Marlboro
Marlboro consolidou o funk como música de favela, veículo de expressão e ferramenta de emancipação social: “baile funk é favela CNN”, declarou.
Ele destacou a perseguição policial aos bailes e defendeu a cultura como alternativa social construtiva para jovens marginalizados
Seu repertório segue ativo — lançou a série “Funk Brasil Relíquias” com volumosos arquivos dos clássicos, e em 2017 promoveu o álbum tributo “Deu Mamonas no Funk”, mostrando versatilidade
🔮 DJs, cultura e o futuro do funk dj Marlboro
Hoje com mais de 45 anos de carreira, Marlboro continua viabilizando espaços culturais,
apoiando novas gerações, promovendo projetos sociais como bailes do agasalho, material escolar e brinquedos
Ele acredita que o funk deve continuar “discreto e fiel à favela”, sem objetivos de massificação. Para ele, a essência está nos bailes, não na fama — mesmo com projeção internacional
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