Nova taxa do IOF.
1. O que é o IOF e por que mudou agora?
O IOF — Imposto sobre Operações Financeiras — é cobrado em diversas transações:
- Crédito (empréstimos, cartões)
- Câmbio (compras no exterior, remessas internacionais)
- Seguros e investimentos (VGBL, FIDCs)
- Transferências bancárias
Entre maio e junho de 2025, o governo editou os decretos 12.466, 12.467 e 12.499, ajustando alíquotas que, posteriormente, o Congresso suspendeu através do Decreto Legislativo 176/2025.
Em julho, o STF reestabeleceu parcialmente o decreto 12.499, restabelecendo várias mudanças — mas sem retroatividade.
2. A bagunça entre Executivo, Congresso e STF
- 11 junho – Decretos criam novas taxas (ex.: IOF sobre VGBL acima de R$300 mil; alíquota de 3,5% para câmbio, etc.)
- 25 junho – Congresso susta os efeitos do 12.499 via decreto legislativo
- Início de julho – STF suspende todas as mudanças temporariamente
- 16 julho – STF reativa o 12.499, sem retroatividade, mas exclui operações de risco sacado do IOF‑Crédito
3. O que mudou na prática Nova taxa do IOF
a) VGBL (previdência privada)
- IOF será cobrado apenas sobre valores acima de R$ 300 mil por seguradora em 2025 (5%).
- A partir de 2026, esse limite sobe para R$ 600 mil por ano.
b) Câmbio e compras internacionais
Nova alíquota de 3,5% para:
- Cartões (crédito, débito, pré‑pago) no exterior
- Compra de moeda em espécie
- Remessas ao exterior e empréstimos externos de curto prazo.
- Alíquota de 0,38% permanece para entrada de recursos no país por pessoas físicas.
c) Operações de crédito para empresas (IOF‑Crédito)
- Alíquota fixa reduzida para 0,38% anual + 0,0082% diária
- Cooperativas maiores pagam até 3,38% ao ano
- Risco sacado excluído da cobrança
d) Outros setores com isenção
- Remessas via fundos e aplicações
- Importação/exportação
- Empréstimos internacionais de longo prazo (> 364 dias.
4. Quem sai ganhando com a redução de IOF?

- Que faz compras no exterior (viagens, contas, apps): pagará menos imposto.
- Estudantes e freelancers que mandam dinheiro para fora: têm operações mais baratas.
- Empresas que operam com câmbio, importadores e exportadores: ganham competitividade.
- Investidores que fazem grandes aportes em VGBL: têm redução de custo até os novos limites.
5. Quem pode ficar no prejuízo com a nova taxa do IOF?
- Pessoas físicas que não fazem câmbio: sem impactos diretos.
- Pequenas empresas com crédito doméstico: podem pagar mais, dependendo da alíquota.
- Quem usa planos ou recursos que perderam isenção: agora paga mais.
- Clientes de remessas ao exterior (links canais): passaram a pagar IOF de 3,5%.
6. Insegurança jurídica ainda assustada
A sequência de decretos, sustações do Congresso e decisões do STF criou incerteza. Empresas e correntistas não sabiam qual regra seguir, afetando o planejamento financeiro.
7. No seu dia a dia: a conta no bolso
- Compras no exterior & streaming: até 1,12 pontos percentuais menos IOF sobre o câmbio.
- Estudantes no exterior: mudança reduz custos das transferências.
- Empresas com Dólar no caixa: menos imposto no câmbio; mais previsibilidade.
- Investidores do VGBL: apenas sobre aportes que excederem os limites; ótimo para médias e altas aplicações.
8. Resumo: essa era boa ou ruim?
Depende do seu perfil:
- Quem opera com o exterior ganha: menor custo, mais concorrência e economia.
- Quem usa crédito nacional não sente nada: IOF‑Crédito permanece inalterado para PF.
- Mercados sofreram surpresa: instabilidade atrapalha planejamentos para 2025.
9. Dicas para aproveitar ou se proteger
- Cheque seus gastos no exterior, veja se você já tem limite para pagar menos IOF.
- Planeje aportes em VGBL para não superar R$ 300 mil/ano.
- Reveja contratos de câmbio frequente: contate seu banco ou exchange.
- Evite remessas internacionais desnecessárias, a não ser que valha a pena.
- Empresas & cooperativas: consultem contadores sobre alíquotas e limites aplicáveis.
- Fique de olho no STF: pode haver novas mudanças até o fim de julho.
10. Conclusão Nova taxa do IOF
A nova taxa do IOF traz benefício real para quem transaciona com o exterior e faz investimentos maiores no Brasil.
Mas a mudança não é uma reforma ampla — ela simplifica parte do sistema tributário sem eliminar o IOF por completo, e não reduz custo de crédito para todo mundo.
O mais importante para consumidores e empresas é saber como isso impacta o seu próprio perfil financeiro. Planejamento e atenção agora podem significar economia real.
Fonte: Santander Brasil.
Leia mais:
Brasil mantém ritmo de negociações com EUA e estuda plano B para tarifas
Deixe um comentário